Wangari Maathai – O ativismo ambiental em pessoa
Dulce Araujo - Vatican News
A Wangari Maathai foi dedicada uma das nossas recentes emissões "África em Clave Cultural, personagens e eventos" ponde em relevo as razões que levaram o Comité do Nobel a atribuir-lhe este prestigioso Prémio em 2024. Tudo se prendia com a necessidade de chamar a atenção para a ligação entre a degradação ambiental, a pobreza, a democria, e a paz. Conexões que ela já vinha demonstrando desde os anos 70.
Saiba mais sobre ela nesta crónica do inteletual, Filinto Elísio, da Rosa de Porcelana Editora:
"A queniana Wangari Maathai foi um dos maiores nomes da proteção ambiental do mundo e a primeira mulher africana a receber o Prémio Nobel da Paz, em 2004.
No seu discurso durante a outorga do Nobel, ela lembrou da infância nas florestas do centro do Quénia quando buscava água num córrego próximo de casa, observando sapos e girinos a escaparem do balde. Quando cresceu, tornou seu desafio de vida restaurar o habitat dos girinos que a inspiraram na infância.
Nascida em abril de 1940, na Província Central do Quénia, então colónia britânica, oriunda de uma família da etnia Kikuyu, o mais numeroso grupo étnico do país.
Em 1956, concluiu a escola primária e foi admitida num colégio católico para meninas em Limuru. Depois de concluir os estudos secundários, em 1959, Maathai recebe uma bolsa da Fundação Joseph P. Kennedy Jr. e prosseguiu os seus estudos nos Estados Unidos a partir de setembro de 1960. Em 1964, torna-se a primeira mulher da África Oriental a obter o bacharelado em biologia.
Em 1966, obtém o mestrado em biologia pela Universidade de Pittsburgh e, em seguida, trabalha como pesquisadora em medicina veterinária na Alemanha, antes de receber o seu doutorado em anatomia pela Universidade de Nairobi, em 1971, onde também se tornou professora de anatomia veterinária. Nas viagens a trabalho, percebeu a relação entre desflorestamento e pobreza.
Foi perseguida e presa durante a presidência de Daniel Arap Moi. Quando ela criticou os planos do governo de construir arranha-céus em um parque de Nairobi, seu nome foi parar em uma lista de "inimigos" do governo.
A solução que ela encontrou para o problema ambiental foi muito prática: plantar árvores, reflorestamento. O Green Belt Movement fundado por ela pagava mulheres trabalhadoras rurais um pequeno salário para plantar árvores. O ato é pequeno, mas revolucionário, visto que as árvores preservam a água da chuva, fornecem comida e combustível.
Em 2002, foi professora convidada do Instituto Global da Sustentabilidade Florestal Universidade Yale. No mesmo ano, em dezembro, nas primeiras eleições livres do seu país elege-se ao Parlamento queniano.
Já nos anos 1990, Maathai fundara um partido político ambientalista. Nos anos 2000, foi ministra do meio ambiente e tornara mundialmente reconhecida por sua contribuição para o desenvolvimento sustentável, democracia e paz.
Wangari Maathai deixou um extenso legado. Escreveu 4 livros e ganhou cerca de 50 prémios nacionais e internacionais entre os quais o Conservation Scientist Award da Columbia University (também em 2004). Em 2009, foi nomeada Mensageira da Paz pelas Nações Unidas, levando a mensagem de plantio baseado em comunidades locais pelo mundo.
Faleceu em 2011, aos 71 anos, mas o Green Belt Movement continua vivo e em ação em dezenas de países do mundo. Quase 1 milhão de pessoas participaram do movimento e mais de 50 milhões de árvores foram plantadas até o momento."
Pode também ouvir aqui a emissão em que, excertos do discurso de Wangari na outorga do Nobel, e também de entrevista dão a conhecer como iniciou a ideia de plantar árvores, porque é que os governantes começar a não estar de acordo com a sua acção junto das mulheres e ainda essa conexões entre a salvaguarda do ambiente e bem-estar social.
A emissão tem também excertos da sua autobiografia, publicada em 2006, sob o título de Indomável .
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