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Peregrinação a Cacheu encerrra centenário de nascimento de Dom Settimio Arturo Ferrazzetta Peregrinação a Cacheu encerrra centenário de nascimento de Dom Settimio Arturo Ferrazzetta 

Peregrinação Mariana a Cacheu encerra Centenário de Dom Settimio

Mais de 7 mil católicos das duas dioceses da Guiné-Bissau reuniram-se no Santuário de Cacheu, no fim de semana, 6 e 7 de dezembro de 2024, para a Peregrinação Mariana 2024, sob o lema “Djuntu ku Maria, nó buska bardadi kuna liberta nó terra” (“Com Maria, busquemos a verdade que liberta a nossa terra”).

Casimiro Cajucam - Rádio Sol Mansi, Bissau 

Durante a missa, o Bispo de Bissau, Dom Lampra Cá, destacou que a Palavra de Deus transforma vidas e desafia os fiéis a se converterem e a produzirem frutos de mudança.

 “Quem quer fazer parte do plano de Deus deve estar pronto para mudar sua vida e responder com frutos de conversão”, afirmou o bispo. Dom Lampra Cá também alertou para os perigos da autossuficiência e do egoísmo, que rompem a comunhão com Deus.

 Ao rejeitar a sua condição de criatura, o homem tenta usurpar o lugar de Deus, mas acaba preso à escravidão e à morte”, explicou, exortando os fiéis a se abrirem ao projeto divino, que traz vida e liberdade.

O Bispo de Bissau e sacerdotes na peregrinação ao Santuário de Cacheu
O Bispo de Bissau e sacerdotes na peregrinação ao Santuário de Cacheu

A peregrinação contou ainda com a presença da comunidade islâmica, representada pelo imame da Mesquita de Cacheu e seus acompanhantes, reforçando o espírito de convivência inter-religiosa. O evento marcou também o encerramento das celebrações do centenário de Dom Settimio Arturo Ferrazzetta, primeiro bispo do país.

O padre Domingos Cá, coordenador da Comissão Organizadora das celebrações do centenário de Dom Settimio Arturo Ferrazzetta, afirmou que o centenário de Dom Settimio e de Amílcar Cabral inspira os guineenses a superarem a cultura da morte e a construírem uma sociedade baseada na verdade, na paz e na dignidade humana.

 “É possível vencer a mentira, a opressão e a violência, restituindo ao povo guineense a dignidade de seres criados à imagem de Deus”, afirmou o padre, destacando a necessidade de líderes comprometidos com a reconciliação e o bem comum. “Dom Settimio e Amílcar Cabral foram exemplos de liderança que não se vendeu e não teve pressa. Lutaram pela sacralidade da vida e pelo direito do povo de ser protagonista de seu destino”, lembrou.

Sacerdotes na peregrinação
Sacerdotes na peregrinação

A celebração reforçou o apelo ao início do processo de beatificação de Dom Settimio. O administrador diocesano de Bafatá, padre Lúcio Brentegani, destacou que o reconhecimento da santidade do falecido bispo seria um marco para as comunidades cristãs do país.

Dom Settimio Arturo Ferrazzetta
Dom Settimio Arturo Ferrazzetta

 “Dom Settimio foi um testemunho vivo de paz e do Evangelho, mesmo em tempos de guerra e adversidade. O seu legado transcende gerações e continua a inspirar”, afirmou o P. Brentegani.

Missionário franciscano nascido na Itália em 1924, Dom Settimio foi ordenado sacerdote em 1951 e tornou-se o primeiro bispo da Guiné-Bissau em 1977. Durante a guerra civil de 1998, permaneceu no país e trabalhou incansavelmente pela paz. Ele faleceu em janeiro de 1999, deixando um legado profundo na vida religiosa, social e cultural do país.

A Peregrinação Mariana 2024 não apenas reafirmou a fé católica, mas também relembrou a importância de líderes que priorizam a justiça, a paz e a dignidade humana, perpetuando os valores que Dom Settimio Ferrazzetta tanto defendeu.

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A multidão de fiéis na peregrinação ao Santuário de Cacheu
A multidão de fiéis na peregrinação ao Santuário de Cacheu

 

 

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11 dezembro 2024, 15:50