Os apelos de Francisco pela paz no mundo
Fagner Lima – Vatican News
Diante da escalada de conflitos marcados por extrema violência e morte, a voz do Papa Francisco ressoa nítida e com firmeza, - apesar de em muitas ocasiões demonstrar a fragilidade do corpo - ecoando o apelo de Jesus no Evangelho de Lucas: 'Se os profetas se calarem, as pedras falarão' (Lc 19,40)
Assumindo o primado de Pedro, Francisco, assim como ele, se torna pedra. Uma rocha firme e sólida sobre a qual a Igreja está edificada, conforme o próprio Cristo: "Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei minha Igreja" (Mt 16,18). Com profunda consciência de sua missão, o pontífice dedica-se incansavelmente a apelos, orações e ações concretas em busca da paz mundial, com a intensidade das guerras e conflitos globais em 2024, o Santo Padre reforçou seu compromisso em inúmeras ocasiões públicas.
A voz em meio ao silêncio “ensurdecedor”
Ainda em fevereiro na oração do Ângelus, em que meditou o evangelho da cura de um leproso, Francisco convidou aos fies presentes, em grande número na praça São Pedro, a refletir sobre a indiferença e a capacidade em ouvir o irmão, principalmente os que mais sofrem, “sou capaz de escutar as pessoas?” questionou o Papa, que em seguida fez seu primeiro apelo público (do ano) clamando pela paz:
No mês seguinte, marcando quatro meses após o início dos conflitos entre Israel e Palestina, Francisco fez uso da Audiência Geral para reforçar o apelo convidando os fiéis a dedicar orações pela paz: “Mais uma vez, irmãos e irmãs, renovo meu convite para orar pelas populações que sofrem o horror da guerra na Ucrânia e na Terra Santa, bem como em outras partes do mundo. Oremos pela paz! Peçamos ao Senhor o dom da paz!”
A paz do Ressuscitado
Quando todas as atenções se voltaram para a sacada central da Basílica de São Pedro, durante a tradicional bênção Urbi et Orbi, por ocasião da festa da Páscoa, o Santo Padre, em um apelo de pastor – e pai – chamou a atenção “à cidade – de Roma – e ao mundo”, para os inúmeros conflitos espalhados pelo globo:
Ainda em seu apelo dirigido aos fiéis no Domingo de Páscoa, como um pai que se recorda de todos os seus filhos, mesmo aqueles mais distantes de casa, Francisco mencionou cada região em conflito, suplicando conforto às vítimas, o cessar-fogo e a necessidade de paz.
No dia seguinte, na Segunda-feira do Anjo, um feriado italiano que comemora o anjo que anunciou a Ressurreição de Cristo, o pontífice desejou o dom "da paz do Senhor Ressuscitado" a todas as pessoas, famílias e comunidades, dirigindo especialmente sua prece aos que mais necessitam deste dom: “E gostaria que este dom da paz chegasse onde é mais necessário: às populações exaustas devido à guerra, à fome, a todas as formas de opressão.”
Um tempo de guerra mundial
Francisco nos recordou, em diversas ocasiões, a fragilidade do tempo que enfrentamos e a urgência pela paz imediata: "O mundo está em guerra. Não esqueçamos a martirizada Ucrânia, que sofre tanto. Não esqueçamos a Palestina e Israel: que esta guerra acabe. Não esqueçamos Myanmar. E não nos esqueçamos de tantos países em guerra."
Reforçando o convite à toda a Igreja, sempre atual, “oremos pela paz, precisamos de paz, irmãos e irmãs, é necessário rezar pela paz neste tempo de guerra mundial”. Um convite que se converteu em atitudes concretas: Papa Francisco convocou um dia de oração e jejum: “A 7 de outubro, peço a todos que vivam um dia de oração e de jejum pela paz do mundo.” Essa convocação ocorreu durante a homilia na Missa de abertura da segunda sessão do Sínodo sobre a sinodalidade, na Praça de São Pedro.
Na ocasião, o pontífice recitou o Santo Rosário diante do ícone da Virgem Maria, Salus Populi Romani, na Basílica de Santa Maria Maior. Ali, Francisco suplicou a intercessão da Mãe de Deus, dirigindo-se a ela com as seguintes palavras:
A guerra é sempre uma derrota
A voz de Francisco denunciou enfaticamente a mentalidade errônea da busca pelo poder e pela vitória: "As guerras são sempre uma derrota, sempre". Em sua mais recente visita à Córsega, o Santo Padre, na Catedral de Nossa Senhora da Assunção, em Ajácio, dirigiu-se aos bispos, sacerdotes, diáconos, consagrados, consagradas e seminaristas presentes, expressando um desejo em súplica:
Ao concluir sua súplica, o Papa recordou sua fala: “A guerra é sempre uma derrota”, não como um discurso repetitivo, mas como uma voz convicta que busca ser ouvida e compreendida. Um apelo recorrente de quem, como o seu onomástico, Francisco de Assis, recorda à humanidade que não há outro caminho, somente a paz.
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